Graduação à distância em Engenharia preocupa Creas

O workshop da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Civil dos Creas – CCEEC, realizado nos dias 16 e 17/07, surpreendeu quando, ao tratar sobre o tema “Os rumos da Engenharia no Brasil”, o alerta central foi à qualidade do Ensino à Distância – EAD para graduação em Engenharia Civil.

De acordo com o coordenador nacional das CCEEC, engº civil João Luis Colares, já tão funcionando centenas de graduações à distância em Engenharia, todas em instituições particulares. Uma delas, já abriu 1300 vagas. A maioria está sendo aprovada pelo Ministério da Educação – MEC. “Há uma série de irregularidades nas diretrizes curriculares desses cursos. Questionamos os critérios utilizados pelo MEC para avaliá-los”, diz Colares.

Para a engª civil Karen Miranda, conselheira do Crea BA e presidente da Associação dos Engenheiros e Técnicos – Associenge, existem relações de aprendizagem que precisam ser presenciais na formação da área. “Já nos preocupamos com o aumento de laboratórios nos cursos presenciais, imagine nos cursos à distância, como ficaria a experiência prática do estudante?”, questiona.

Nesse mesmo sentido, o engº civil Luis Copraro, conselheiro do Crea Paraná, destaca que na formação de Engenharia é essencial a experiência de trabalho em equipe. “Não é possível uma formação de qualidade em Engenharia sem esse convívio com demais estudantes e professores”, afirma.

Professor e ex-diretor da Escola Politécnica da Ufba, o engºcivil Luis Edmundo Campos, também conselheiro do Crea BA, acredita que é possível conciliar as duas modalidades de ensino (EAD e presencial). “Sabemos que muitas disciplinas são fundamentais na modalidade presencial. Mas, as complementares podem ser em EAD. O fato é que precisa de uma regulamentação. Não é a mesma coisa que se fazer uma especialização toda à distância, em que o estudante já teve a formação básica presencial da graduação”, diz.

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