1-Qual a gravidade desse processo?
É uma saída pela direita para a crise econômica que rompeu o governo de coalizão e pretende reverter os avanços, mesmo limitados, obtidos na Constituição de 1988, no período Lula e Dilma e até no período de Getúlio Vargas (CLT, Petrobras e etc).
2- Quais podem ser as consequências desse processo para os trabalhadores?
- Enfrentar a pressão para redução do salário real, perda ou “flexibilização” dos direitos ainda garantidos pela CLT, ampliação do tempo de trabalho necessário para aposentadoria, pois a definição da idade mínima independentemente do tempo de serviço, penaliza quem começa a trabalhar mais cedo e tem dificuldade de emprego, quando mais velho. A redução real dos recursos para a saúde e a educação que prejudicará os que precisam da ampliação dos serviços públicos.
- Ameaça de enfraquecimento dos sindicatos pela diminuição das bases (resultado da terceirização da e maior rotatividade de mão de obra) desqualificação e possível repressão sob acusação de “corporativismo” e defesa de “privilégios”
3- Quais interesses da elite brasileira estão por trás desse golpe?
Maior liberdade nas relações com os trabalhadores e garantia de maiores lucros. Isso se obteria através de dois tipos de ações:
- Diminuição do custo tanto financeiro quanto jurídico do trabalho. Daí a proposta de ampliar a terceirização para as atividades fins, colocar o “negociado” pelos patrões e empregados acima da CLT, aumentar o horário de trabalho, criar “novas” formas de contrato do trabalho, enfraquecimento da Justiça do Trabalho, mudanças na caracterização do trabalho análogo ao de escravo, etc.
- Manutenção e ampliação dos rendimentos e lucros, satisfazendo “rentistas”, setor financeiro e obtendo do Estado novos negócios, adquirindo ativos de patrimônio público e obtendo garantia de maior taxa de “retorno” (lucro). É objetivo das privatizações das concessões com garantia de maior lucro e prazo maior para iniciar os investimentos (por exemplo, nas rodovias).
4- O que o senhor espera desse governo ilegítimo?
A tentativa de impor o programa anunciado em “Uma ponte para o futuro” com a qual obteve o apoio do mercado financeiro, muitos empresários internacionais e nacionais, dos partidos do centro de direita.
O objetivo do governo é “limpar o terreno”, através de medidas confessadamente impopulares, para colocar o Brasil em um novo período neoliberal. Resultado desse programa deve ser uma reação dos trabalhadores públicos e privados, de grande parte da intelectualidade, de políticos de esquerda e centro esquerda não só com resistência e denuncia quanto com a construção de alternativas econômicas e políticas.
